O livro "Alice Cooper - Bem vindo ao meu Pesadelo", que a editora Madras
acaba de lançar no Brasil não é uma biografia de Vince Furnier, como o
autor enfatiza numa nota que precede o primeiro capítulo. Assim como o
próprio artista, Dave Thompsom, o autor, separa o homem do personagem. E
trata quase que exclusivamente do segundo.
É claro que a obra aborda questões pessoais. A carreira de Alice Cooper,
como de qualquer outro artista desse calibre, teve altos e baixos. E os
baixos, como não é novidade, foram provocados pelo abuso de drogas. No
caso de Alice, lícitas: as bebidas alcoólicas foram seu demônio
particular. E foi difícil para o músico entender quem era o alcoólatra:
Alice ou Vince?
Mas o foco da narrativa é a construção de uma imagem e, inevitavelmente,
sua decadência. Músicos jovens deveriam ler esta e outras biografias
que segem essa linha. Elas serviriam para o infante ter uma ideia de
como bandas e artistas famosos ralaram no início. O sucesso poder ter
vindo de repente mas foi depois de um tempo de dedicação, muitos 'nãos' e
decepções. Hoje há bandas que não querem se dar esse trabalho.
Além disso, Thompsom fala da importância de um relações públicas, da
assessoria de imprensa, do produtor e do empresário. Em tempos de
supervalorização do DYU - e não que fazer você mesmo não seja uma coisa
boa - o que se vê é muita banda metendo os pés pelas mãos pelo simples
fato de não saber o que está fazendo. Há profissionais especializados
para fazer aquilo que não sabemos.
Outra coisa que chama a atenção em "Alice Cooper - Bem vindo ao meu
Pesadelo" é a importância que as gravadoras já tiveram para a construção
de uma carreira bem sucedida. Esse não é o assunto do livro, mas ao
falar sobre como a Warner investiu nas ideias malucas de Alice e seus
assessores, o autor relata a realidade de uma época. E o leitor entende o
que uma gravadora fazia antes de apenas querer ganhar o dinheiro do
artista.
O grande 'lance' da banda Alice Cooper, seu diferencial, repousava numa
performance teatral. Às vezes, a música era só uma parte da ideia geral.
Mais que a música, o que inspirou a banda, e especialmente seu
vocalista - que acabou sendo reconhecido como 'o' Alice Cooper (esse era
do nome da banda) -, foram filmes de terror. Desde o princípio, a banda
investiu em cenário, performance, figurino e coreografias usando como
tema o terror.
Obviamente, no final da década de 1970, isso foi chocante: imagine matar
bonecas bebê no palco? A banda criou ao longo dos anos um espetáculo
multimídia (visual, auditivo, lírico) que incomodava muitos
conservadores ignorantes que achavam que Alice Cooper iria acabar com a
moral e os bons costumes, desvirtuando jovens 'de família'.
Os tontos dos conservadores - dá um Google em Parents Music Resource
Center (PMRC) para conhecer alguns deles - nunca entenderam que a
intenção de Alice Cooper era divertir, extravasar. E faturar, claro. A
banda - e sua gravadora - soube usar isso a seu favor o tempo todo. Às
vezes, a polêmica era calculada: esperavam ser banidos de um programa,
emissora ou cidade. Isso é construir uma imagem. Havia arte, mas não
havia vergonha em usar a publicidade - de todas as formas torpes - para
divulgá-la.
E foi exatamente isso que o artista perdeu com a entrada dos anos 1990.
Além da música de Alice Cooper - o hard rock - ter perdido espaço para
outras novidades - o grunge - a sociedade, de modo geral, já não se
espantava com mais nada. É o próprio Alice quem chega à essa conclusão:
"É muito difícil para Alice chocar as pessoas hoje em dia, porque eu não
posso competir com a CNN (...) A CNN é muito mais chocante do que
qualquer coisa que Alice faça". Sim, ele está falando do canal de
notícias CNN.
Alice Cooper precisou se reinventar e Dave Thompsom mostra as tentativas
do artista. Alice Cooper mantem fãs fiéis ao redor do planeta - e eles
são muitos - mas a relevância de Alice Cooper como um artista de
vanguarda acabou? Hoje ele é um veterano e veteranos estão fora da
competição? Para quem viu o show que este senhor fez no ano passado por
aqui a resposta é óbvia: não, Alica não está fora da competição.
"Alice Cooper - Bem vindo ao meu Pesadelo" já está à venda nas livrarias
e o preço sugerido é de R$ 49,90. O autor, Dave Thompson, já escreveu
dezenas de biografias, entre elas as de Kurt Cobain, John Travolta e
David Bowie.
Fonte: www.territoriodamusica.com
MANIFESTO BRASÍLIA CAPITAL DO ROCK
“Não há mais mentiras nem verdades aqui Só há música urbana.”
(Renato Russo)
(Renato Russo)
O rock de Brasília precisa se reinventar. Não na forma de seus arranjos e, sim, no relacionamento como música urbana, que emerge da cidade sem esquinas diretamente para o consciente público. O rock que fervilhou deixando marcas em duas décadas – 1980 e 1990 –, e nos deu o título de “Capital do Rock”, continua vivo, mas sem a consideração e o apoio que lhe é devido.
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A cidade que foi colocada no mapa cultural do país ao exportar bandas de
sucesso como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Raimundos,
vem assistindo, na última década, a marginalização da sua mais celebrada
vocação musical. Ao contrário de outras capitais, como o Rio, berço do
samba; Salvador, com o axé; e Recife, do frevo, Brasília não investiu na
manutenção do patrimônio cultural que a tornou referência em todo o
país. Com as mudanças no mercado musical, apesar de ainda ser um celeiro
de talentos do rock e de organizar vários festivais de grande e médio
porte, a cidade não exporta mais sua música e não surpreende mais o
Brasil.
Brasília precisa ver o rock com outros olhos. Afinal, marginalizar o estilo é negar a nossa maior vocação para a música e o símbolo cultural mais forte produzido pela cidade em seus 51 anos de vida. Por isso, não queremos esforços pontuais. Queremos uma política estruturante. Ações coordenadas que permitam com que toda a cadeia produtiva do rock seja fortalecida, gerando benefícios culturais, sociais e econômicos para a cidade.
É nesse contexto que nós – músicos, produtores, jornalistas, coletivos de cultura, agitadores culturais e profissionais independentes – ligados a toda a cadeia produtiva em torno do rock de Brasília, nos reunimos em um movimento que pretende reestruturar a cena no Distrito Federal e Entorno. Sabemos que para isso, além de nos organizarmos, precisamos contar com a parceria dos cidadãos brasilienses e do poder público. E desde já contamos com isso! Vamos defender o rock como um patrimônio nosso! Vamos fazer do nosso rock ferramenta de inclusão social e fortalecimento econômico! Vamos fazer com que nossa principal vertente musical volte a ser motivo de orgulho para Brasília e para o Brasil.
Movimento Brasília Capital do Rock!
“Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus.”
(Philippe Seabra e André X)
Brasília precisa ver o rock com outros olhos. Afinal, marginalizar o estilo é negar a nossa maior vocação para a música e o símbolo cultural mais forte produzido pela cidade em seus 51 anos de vida. Por isso, não queremos esforços pontuais. Queremos uma política estruturante. Ações coordenadas que permitam com que toda a cadeia produtiva do rock seja fortalecida, gerando benefícios culturais, sociais e econômicos para a cidade.
É nesse contexto que nós – músicos, produtores, jornalistas, coletivos de cultura, agitadores culturais e profissionais independentes – ligados a toda a cadeia produtiva em torno do rock de Brasília, nos reunimos em um movimento que pretende reestruturar a cena no Distrito Federal e Entorno. Sabemos que para isso, além de nos organizarmos, precisamos contar com a parceria dos cidadãos brasilienses e do poder público. E desde já contamos com isso! Vamos defender o rock como um patrimônio nosso! Vamos fazer do nosso rock ferramenta de inclusão social e fortalecimento econômico! Vamos fazer com que nossa principal vertente musical volte a ser motivo de orgulho para Brasília e para o Brasil.
Movimento Brasília Capital do Rock!
“Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus.”
(Philippe Seabra e André X)
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